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Arquitetos: Amos Goldreich Architecture, Jacobs Yaniv Architects; Amos Goldreich Architecture, Jacobs Yaniv Architects
- Ano: 2018
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Fotografias:Amit Geron
Descrição enviada pela equipe de projeto. Projetado pelo escritório, Amos Goldreich Architecture, com sede em Londres, juntamente com a empresa local, Jacobs-Yaniv Architects, este abrigo é um dos únicos no mundo que foi projetado e construído em consultoria com a equipe que irá ocupá-lo e executá-lo. Liderada pela ativista pioneira dos direitos humanos, Ruth Rasnic, do grupo internacional "No To Violence", a instalação fornecerá um refúgio muito necessário para mulheres e crianças em dificuldades e abusos de todas as localidades e origens.
De acordo com a World Health Organisation, mais de 45% das mulheres em Israel, assim como muitos países no oeste, serão vítimas de violência doméstica em algum momento das suas vidas e recentes estatísticas indicam que 45% das crianças em Israel também estão sujeitas à violência. É uma epidemia mundial.
“…45% das mulheres em Israel serão vítimas de violência doméstica em algum momento das suas vidas…”
Projetando um novo equipamento
Amos Goldreich: “Eu admiro muito o trabalho do artista Eduardo Chillida e enquanto desenhava esse edifício, eu recorri a um projeto muito popular seu, ‘Okamoto’ que projetou ao escavar uma montanha. Isso evocou a ideia de uma pedra escavada por dentro, deixando-a com duas superfícies: uma externa rústica, enquanto a interna seria lisa e delicada. Esta analogia tornou-se o conceito principal do nosso edifício, que tem duas fachadas - a externa segura e protetora e a fachada interna, voltada para o jardim central, o “coração” terapêutico do abrigo ”.
Na chegada do abrigo, cada nova família recebe uma pequena "casa" que é parte de uma edificação maior. A fim de permitir que as famílias possuam uma rotina diária normal no refúgio, as 'casas' são separadas por funções comuns e conectadas por corredores internos. O berçário é fisicamente separado do grande edifício permitindo que sua função, como uma creche comum, seja cumprida. Ou seja, as mães deixam os filhos no espaço pela manhã e os buscam ao final do dia.
“… cada família recebe uma pequena 'casa' que faz parte do edifício maior, permitindo que elas tenham uma rotina diária normal…”
O refúgio acomoda diversas funções - áreas comuns, jardim de infância, sala de informática, lavanderia, cozinha e refeitório, dependências independentes para cada família, acomodação de funcionários, áreas de escritório para o gerente do edifício e funcionários (incluindo assistentes sociais, um psicólogo infantil, chefes de casa, um trabalhador de cuidados infantis e um advogado em tempo parcial). Há profissionais adicionais: psicoterapeutas, terapeutas artísticos, bem como voluntários como esteticistas, cabeleireiros, massagistas e praticantes de artes marciais, entre outros que ajudam as crianças em seus estudos e conhecimentos de informática.
O santuário verde no pátio interno desempenha um papel crucial como ponto de encontro dos moradores. Também serve a um propósito funcional, criando ótimas conexões visuais entre as mães e as famílias, bem como entre as mulheres e seus filhos. O corredor interno circundante (ou "rua") conecta os espaços internos e externos e cria um espaço de fluxo livre no qual mulheres e crianças podem interagir, enquanto ao mesmo tempo mantêm linhas de visão mútuas entre elas e a equipe.